O Globo e as Drogas - O Caso é Sério

O jornal O Globo de hoje lança mais um apoio, através de editorial, à descriminalização das drogas. É fato que o editorial fala mais diretamente sobre a liberação da maconha, mas cita, também, a hipocrisia das posições sobre o assunto, portanto, interpreto que para deixar de classificar os editorialistas do jornal O Globo de hipócritas, que eles defendem a legalização das drogas em geral. A maconha seria, apenas, o primeiro passo na estratégia dos ditos combatentes da violência. No editorial, a base de apoio para a medida de legalização é o simples achar que a violência e a criminalidade serão atingidas de forma contundente pelo Estado. Ora, até parece que o O Globo não conhece o Estado brasileiro e sua eficácia no combate a qualquer tipo crime ou a capacidade de assistência às vítimas. Basta lermos o que diariamente está estampado no próprio jornal para entendermos que há uma tremenda incoerência entre editorial autista e as matérias que seguem em outras páginas do periódico.
Não sou favorável a qualquer forma de legalização, mas queria indicar um exemplo da fragilidade da tese esposada pelos editorialistas, o contrabando de cigarros. Não basta o produto ser barato para que não tenha um mercado paralelo criminoso. A hipótese realista talvez seja que os próprios criminosos de hoje, anistiados, e, só eles, se convertam em empresários sob a proteção do Estado. Seria um escândalo! Imaginem a Receita Federal fazendo blitz em produtores de maconha clandestinos por falsificação de selos de IPI. A tese de legalizar morreu.
A legalização da maconha irá produzir um conjunto de efeitos maléficos na sociedade: o crescimento de gente improdutiva, desorientada e alienada. Parece de um cinismo único classificar a legalização como medida "corajosa e necessária". Necessária para quem? Corajosa? Antes, legalizar é covardia! É sinal de fraqueza do poder do Estado sobre o crime do ponto de vista moral e material. Isto percebemos constantemente pela estrutura fortalecida do crime organizado no país. Seguindo o raciocínio exposto no editorial, legalizar seria a saída sem dor para tornar aceitável outras modalidades de crimes também. Não consegue combater, legalize e tudo fica bem. Não! Não se pode abdicar de um julgamento moral da realidade. Legalizar um crime não o torna parte do bem. A questão clara e evidente é a incapacidade do Estado em cumprir o papel constitucional na defesa do povo brasileiro. Nossas garantias mínimas são violadas permanentemente!
Outro ponto é a defesa do tratamento dos viciados pelo Estado. Será que alguém do O Globo conhece o Sistema Único de Saúde - SUS? O SUS não contempla nem as mais básicas necessidades de atendimento de saúde da população. Precisamos saber, também, qual é a política para dependência química disponível nas diversas esferas de governo.
A opção realista, que é contrária a do editorial do jornal, na verdade é encarar que os governos devem optar por uma política de prevenção à dependência. Elaborar uma Política de Prevenção Nacional cujo fim seja o de livrar os jovens das drogas e não torná-los reféns destruindo o futuro de milhões de pessoas.

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