Caxias e a Integração Nacional


A integração nacional não é uma questão nova para nós brasileiros.

O País tem lutado em diferentes ocasiões históricas em prol de sua unidade - territorial, política, social e econômica -  bem como  pela  articulação de seus meios e de sua organização social no território.

O que permitiu ao País sobreviver a uma série de conjunturas difíceis, de conflitos internos e até de conflitos externos, embora divididas as suas elites da época, mantendo-se íntegro, unido e independente, malgrado o ambiente político circundante eivado  de autoritarismo próprio do militarismo republicano  platino?

Duas grandes instituições ajudaram a preservar e a salvar o Brasil. A primeira, a Monarquia Constitucional moderada, de fé católica e de fundo político liberal e a segunda o Exército Brasileiro, cuja figura central nesse período é, sem sombra de dúvida, o aniversariante do 25 de agosto, o Duque de Caxias, por isso data em que se comemora o dia do soldado brasileiro.

Caxias liderou as forças nacionais em todas as grandes campanhas do período - desde 1823, quando oficial jovem servindo na Batalha do Imperador lutou pela consolidação da independência na Bahia, até a vitória de Poncho Verde, que põe fim à Guerra dos Farrapos, em 1843 - culminando sua atuação na Campanha do Paraguai (entra em Assunção em janeiro de 1869) e na Presidência do Conselho, já aos 72 anos, brilhante gabinete que sucedeu ao do imortal Visconde do Rio Branco. É de notar-se: gente de escol, homens extraordinários que prepararam as condições convenientes ao Brasil do futuro.

A reflexão dos dias atuais, quando tantos fenômenos dissociativos atuam sobre o país - notadamente na economia , na vida cultural, nas relações internacionais - ameaçando-nos grandemente e a pontos valiosos e sensíveis de nosso território, como é o caso da Amazônia  - que supõem alguns  possível declará-la  ecossistema  de interesse da humanidade -, é como vamos enfrentar os desafios  de agora, naturalmente animados pela mesma coragem, obstinação e espírito de serviço dos homens do passado.

Certo é que temos o dever de fazê-lo e o exame de nossas  condições sociais e políticas e da circunstância mundial  de pronto indicam a necessidade de buscarmos forças e  definição  nos valores fundamentais de nossa cultura, os mesmos que animavam Caxias, que são os de nossa formação cristã. Há de ser no encontro da fé do povo brasileiro no Cristo e da devoção ao Brasil dos que o servem, notadamente nas Forças Armadas, que surgirão as condições  políticas e as práticas necessárias para o enfrentamento e a transformação das ameaças de hoje.

O povo brasileiro não perdeu a fé no futuro, nem está desesperançado, como dizem certos observadores, de vez que essas atitudes não são próprias dos que crêem no Cristo e nem correspondem a uma avaliação justa de nossas possibilidades no quadro contemporâneo.

Inevitavelmente essas reflexões repõem, na ordem do dia a questão dos autênticos interesses nacionais - quer dizer -, as do povo brasileiro -,  a questão do apreço aos valores morais e espirituais  de nosso povo, reconhecendo-se a importância e a força da fé dos cristãos -,   bem como o papel do Estado e  nele de nossas grandes  instituições  nacionais,  necessariamente permanentes,  de integrantes estáveis,  como o serviço  público  civil e as nossas  Forças Armadas.

Caxias, por sua atuação e seu exemplo, constitui-se em valiosa inspiração para todos nós brasileiros nesse período de vida nacional, em especial para nossos irmãos militares.

Observação: Pronunciamento na ALERJ em 24 de agosto de 1999.

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