Poupança, Juros e Demagogia

Neste últimos 40 anos o Brasil sempre teve como entrave forte ao seu desenvolvimento a inflação. A iniciativa exitosa do Plano Real no governo do presidente Itamar Franco, cujo mérito não só neste campo, historiadores algum dia irão reconhecer adequadamente, abriu caminho para estabilidade macroeconômica e para o controle da inflação. Aponto apenas de passagem esta referência para ir direto ao assunto objeto deste texto.

Nestes 10 anos de governo do Partido dos Trabalhadores - PT, que foi contra o Plano Real, somente agora, o Executivo Federal se insurge contra os juros básicos da economia, mas da maneira habitual do partido, que trata temas sérios e delicados, de forma oportunista e demagógica.

O sistema financeiro brasileiro se consolidou de forma técnica dentro de uma relação bem ajustada entre as instituições privadas e governamentais com o bem aplicado posicionamento do Banco Central do Brasil.

Passando sobre outras diversas questões, resumidamente, o grande promotor de risco e por consequência um forte entrave para redução dos juros na economia brasileira é o Estado, que se mantém firme na ampliação, sem lastro, de uma máquina pública altamente onerosa, ineficaz e reconhecidamente corrupta.

A elevada carga tributária e a falta de um projeto de desenvolvimento para o país se associam formando um quadro de incertezas que, somadas à vontade única de controle político da Nação por um grupo cujo interesse é manter-se no poder Central, viciaram a iniciativa privada e agiram para limitar a expansão livre e empreendedora das pessoas.

Esses sólidos componentes enraizados fazem do Brasil apenas ser uma promessa permanente de Nação equilibrada e humanamente justa. A prova disso é o caso recente da intervenção na Poupança. A ação teve o sentido único e estrito de tornar os Títulos Púbicos Federais competitivos em relação à Caderneta de Poupança, abrigo do pequeno investidor.

O governo do PT gasta de forma perdulária e irresponsável e a capacidade de investimento não chega a 1,5% do PIB, porém, os gastos correntes são crescentes e, sem a fundamental atratividade dos Títulos Públicos, que são os juros altos, acabariam por produzir riscos ao refinanciamento no mercado.

O ajuste, portanto, que em tese visa buscar uma taxa básica de juros para economia brasileira ao nível das praticadas em países estabilizados ou mesmo naqueles em situação de turbulência, como os da Zona do Euro, será ineficaz. A taxa de juros no Brasil continuará a ser a maior do mundo, prejudicando a atividade produtiva e o consumo das famílias.

Comentários

  1. Esta é a realidade do cenário politico, financeiro e jurídico do Brasil que deveria exigir transparência nos procedimentos públicos para evitar que gente despreparada use a caneta para "resolver" assuntos demagogicamente...

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