O Papa Francisco e a Questão das Drogas

O Papa Francisco entre tantos lugares especiais que percorreu nesta Jornada Mundial da Juventude passou por um lugar que ele mesmo designou como “Santuário de Sofrimento Humano”, o Hospital São Francisco de Assis.

Esse hospital localizado no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro estava inaugurando, no período da Jornada Mundial da Juventude uma ala para o atendimento e o tratamento de dependentes químicos. Esta ação seria uma de outras tantas que se somaria ao que foi intitulado legado da JMJ 2013.

O Papa com a expressão facial sempre otimista e esperançosa exortou àqueles que ainda não tiveram a coragem de agir como muitos que já buscaram ajuda para tratamento, que o façam, pois encontrarão a mão estendida.

O Papa foi incisivo ao criticar os mercadores, semeadores da dor e da morte, os traficantes. E, opondo-se frontalmente as teses difundidas por autoridades políticas da América Latina, que enxergam na liberação das drogas uma possibilidade de paz no ambiente social, disparou: a raiz do problema do consumo de drogas está no conjunto de valores abraçados pela sociedade. Apontou em nosso ambiente, entre outras, patologias graves como a do egoísmo, a do desinteresse e a da indiferença. E disse, com força ainda maior, que nas pessoas ali assistidas está a “carne de Cristo, que sofre”.

O tema das drogas é uma grande preocupação para as famílias brasileiras. O Estado tem tratado este drama numa perspectiva errada. Não promove um sólido programa de prevenção e, com esta incerteza do governo, correntes pela legalização ganham força na mídia.

A inauguração de uma ala no Hospital São Francisco de Assis para tratamento de dependentes químicos é a mão estendida que o Papa Francisco assinalou, mas a outra mão que sobra deve ser aquela a enfrentar com dureza os mercadores da morte. Não permitindo que a produção e a venda de drogas se constituam num empreendimento comercial como qualquer outro negócio no Brasil.

A sociedade brasileira, que continua nas ruas contra a corrupção e os desmandos dos governos e dos políticos em geral, deve exigir das autoridades públicas, ainda com mandato, uma posição efetiva contra o que o Papa Francisco denominou de “roubo da esperança”.

De fato, as drogas roubam o presente de muitas pessoas e destroem, na mesma medida, a perspectiva de futuro.


Texto do Programa Opinião Católica do dia 30 de julho de 2013.

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